1. A NOVA
CRIAÇÃO. O estado final dos crentes será precedido pelo passamento do
presente mundo e pelo surgimento de uma nova criação. Mt 19.28 fala da
"regeneração" e At 3.21, da "restauração de todas as cousas". Em Hb 12.27 lemos:
"Ora, esta palavra: Ainda um vez por todas, significa a remoção dessas cousas
abaladas (céus e terra), como tinham sido feitas, para que as cousas que não são
abaladas (o reino de Deus) permaneçam". Diz Pedro: "Nós, porém, segundo a sua
promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça", 2 Pe
3.13, cf. vers. 12; e João teve uma visão dessa nova criação, Ap 21.1. Somente
depois que a nova criação estiver estabelecida é que a nova Jerusalém descerá
dos céus, da parte de Deus, o tabernáculo de Deus será montado entre os homens e
os justos adentrarão o seu gozo eterno. Muitas vezes é levantada a questão sobre
se essa criação será inteiramente nova ou se será uma renovação da presente
criação. Os teólogos luteranos apóiam fortemente a primeira posição acima,
recorrendo a 2 Pe 3.7-13; Ap 20.11 e 21.1, ao passo que os teólogos reformados
(calvinistas) preferem a segunda idéia, para a qual encontram apoio em Sl
102.26,27 (Hb 1.10-12) e Hb 12.26-28.
2. HABITAÇÃO ETERNA DOS
JUSTOS. Muitos concebem também o céu como uma condição subjetiva, que
os homens podem desfrutar no presente e que, seguindo a justiça, naturalmente se
tornará permanente no futuro. Mas aqui também se deve dizer que a Escritura
apresenta o céu como lugar. Cristo ascendeu ao céu, o que só pode significar que
ele foi de um lugar para outro. O céu é descrito como a casa de nosso Pai, onde
há muitas mansões, Jo 14.1, e esta descrição dificilmente seria válida para uma
condição. Além disso, diz a Escrituras que os crentes estão dentro, enquanto que
os incrédulos estão fora, Mt 22.12,13; 25.10-12. A Escrituras nos dá motivos
para acreditarmos que os justos herdarão, não somente o céu, mas a nova criação
inteira, Mt 5.5; Ap 21.1-3.
3. A NATUREZA DA SUA
RECOMPENSA.A recompensa dos justos é descrita como vida eterna, isto é,
não apenas uma vida sem fim, ma a vida em toda a sua plenitude, sem nenhuma das
imperfeições e dos distúrbios da presente vida, Mt 25.46; Rm 2.7. A plenitude
dessa vida é desfrutada na comunhão com Deus, o que é realmente a essência da
vida eterna, Ap 21.3. Eles verão a Deus em Jesus Cristo face a face, encontrarão
plena satisfação nele, alegrar-se-ão nele e O glorificarão. Contudo, não devemos
pensar que as alegrias do céu são exclusivamente espirituais. Haverá alguma
coisa correspondente ao corpo. Haverá reconhecimento e relações sociais num
plano elevado. Também é evidente na Escritura que haverá gruas na
bem-aventurança do céu, Dn 12.3; 2 Co 9.6. Nossas boas obras serão a medida da
recompensa que recebermos pela graça, embora elas não a mereçam. Apesar disso,
porém., a alegria de cada indivíduo será perfeita e completa.
Autor: Louis Berkhof
Fonte: Teologia Sistemática do autor, p. 742,743, Ed Cultura Cristã (CEP).
Fonte: Teologia Sistemática do autor, p. 742,743, Ed Cultura Cristã (CEP).
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