DIVÓRCIO

Mc. 10:1-12
Por Pr. Josilton Manoel                            
                                                                                
A Dura Realidade dos Números
Os números relacionados a insatisfações conjugais e divórcios são desanimadores. O Rev. Hernandes Dias diz que 25% das pessoas que se casam no Brasil, se separam, se divorciam (1/4); 50% das pessoas que sobem ao altar sorrindo, passam o resto da vida chorando por causa do casamento; e ainda, 70% das pessoas que se casam de novo, descobrem que o segundo casamento é mais problemático que o primeiro. Não existe “felicidade automática” no casamento. A felicidade conjugal precisa ser construída com renúncia e investimento. Mateus 24:12 descreve 02 fatores através dos quais o casamento tem se banalizado e o divórcio se agigantado, refiro-me à “multiplicação da Iniqüidade” e à “subtração do amor”. 

Emenda Constitucional e o Divórcio Direto no Brasil
 A Emenda Constitucional (EC) nº 66 foi saudada com entusiasmo pelos operadores do direito e pela sociedade como uma possibilidade direta e rápida de se chegar à dissolução do casamento. No dia 14 de Julho de 2010 foi publicado e entrou em vigor a Emenda Constitucional n° 66, dando nova redação ao § 6º do art. 226 da Constituição Federal. Como era a redação: "O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei ou comprovada separação de fato por mais de dois anos." Nova redação: "O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio."

A Bíblia e o Divórcio
 Há 02 palavras (gregas) no N.T. para descrever o rompimento de um casamento ou separação conjugal:  * Apolyõ – significa “libertar”, “soltar”, “mandar embora” – aplica-se a repudiar ou divorciar uma mulher.  * Apostasion – significa “abrir mão”, “divórcio”. Em Mt.19:7 essas duas palavras aparecem juntas.  O pensamento correto sobre a natureza do casamento dá o alicerce para sabermos o que Deus pensa do divórcio. Se o nosso Deus é o Deus de aliança, e Ele não quebra nem aceita quebra de aliança, também não é de acordo que o casamento seja quebrado. O casamento é uma união vitalícia (até a morte).

1) O Deus que instituiu o casamento diz que odeia o divórcio
Ml 2:16 "Porque o Senhor Deus de Israel diz que odeia o divórcio". Mt. 19:6 "aquilo que Deus ajuntou não separe o homem". Deus nunca intencionou o divórcio, pois este contraria a essência do casamento como uma aliança que nunca deverá ser quebrada, anulada. Moisés permitiu pela dureza dos corações, mas Deus não deu a Sua bênção. Considerando que Deus instituiu o casamento como uma união exclusiva e permanente, Jesus chega à inevitável conclusão de que divorciar-se de um parceiro e casar-se com outro, ou casar-se com uma pessoa divorciada, é assumir um relacionamento proibido, adúltero, pois a pessoa, que conseguiu um divórcio aos olhos da lei humana, ainda está casada, aos olhos de Deus, com o seu primeiro parceiro.  Mc. 10:1-12; Lc.16:18; Rm.7:2,3; I Co.7:10-14

2) Cláusula de exceção para o divórcio 
Não há nenhum estímulo divino para o divórcio, muito pelo contrário, todas as exortações bíblicas giram em torno da manutenção do casamento. Mas, “por causa da dureza dos corações” é que dois casos são apresentados como passíveis de divórcio: 1. Adultério - Mt.5:32 “...qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada, comete adultério”. Mt. 19:9 “...quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério”; 2. Abandono Obstinado do Lar – I Co.7:15 “Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos não fica sujeito à servidão, nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz”. C.Westminster (XXIV.6) ”Posto que a corrupção do homem seja tal que o disponha a forjar argumentos, para indevidamente separar aqueles a quem Deus uniu em matrimônio, contudo nada, a não ser a adultério, é causa suficiente para dissolver o vínculo matrimonial, a não ser que haja deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil”

 3) Divórcio e novo casamento 
Mt. 19:9 “...quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério”. Entende-se que em caso de adultério, a parte inocente estará livre para casar-se novamente. C.Westminster (XXIV.5)”O adultério ou fornicação, cometido depois de um contrato, sendo detectado antes do casamento, dá à parte inocente justa razão para dissolver o contrato. No caso de adultério depois do casamento, é lícito à parte inocente propor divórcio, e, depois de obter o divórcio, casar com outrem”. No caso de I Co.7:15 como base para o divórcio é certa, mas para casar-se novamente é incerta - intérpretes divergem.

Revendo Conceito de Matrimônio
“O Casamento é uma relação exclusiva na qual um homem e uma mulher se entregam mutuamente um ao outro numa aliança vitalícia perante Deus e, com base nesse voto solene, eles se tornam uma só carne” (Gn.2:24; Ml.2:14; Mc.10:6-9), diz R. C. Sproul. A Confissão de Westminster XXIV.2 diz que “O Matrimônio foi ordenado para o auxílio mútuo entre esposo e esposa; para a propagação da raça humana por sucessão legítima, e para prevenção contra a impureza”.

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