O Evangelho em Máxima Consideração

Por Pr. Josilton Manoel

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” [Rm.1:16]

O apóstolo Paulo tinha o evangelho em máxima consideração. Suas palavras aos romanos, de fato, soam forte em nosso coração, e seu admirável modelo de vida faz coro com sua confissão. Sua ortodoxia e sua ortopraxia se fundamentam nas novas do evangelho. O texto sagrado, por si só, traz luz quanto à eficácia e funcionalidade do evangelho de Cristo.

À partir do que nos está revelado podemos refletir sobre a lucidez evangélica do apóstolo:

I Paulo entendia que o evangelho era o próprio Cristo. Para Paulo o evangelho não era um conjunto de normas, mas uma pessoa, Jesus Cristo (I Co.2:2). Disse que lhe “foi dada a graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo” (Ef.3:8). O conteúdo e essência do evangelho passa obrigatoriamente pelo Filho de Deus (sua vida, sua obra, sua natureza, seus ensinos). Ele é a mola mestra do evangelho, o tema central das Escrituras. Ele é também o centro da história e à partir d’Ele olhamos para trás ou para frente (a.C/d.C), como dizia Spurgeon.

II Paulo entendia que o evangelho era loucura para o mundo. O homem cético considera insana nossa atitude de confiança e defesa do evangelho. O homem natural ignora a mensagem da cruz. Dizia o apóstolo, “Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem”, e ainda, “pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios” (I Co.1:18,23). O evangelho se opõe aos interesses escusos e banais deste século, portanto, esse sistema embebido pelo prazer não pode contemplar a luz do evangelho de Cristo (II Co.4:3,4).

III Paulo entendia que o evangelho era digno de todo seu empenho. Ele não hesita em dizer “tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele” (I Co.9:23), disse também “estou pronto até para morrer em Jerusalém, pelo nome do Senhor Jesus Cristo” (At.21:13). O evangelho em toda sua nobreza e sublimidade estava tão entrelaçado em sua vida que podia, naturalmente, dizer, “vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl.2:20). Paulo abnegou-se ao evangelho colocando constantemente sua vida em risco.

IV Paulo entendia que o evangelho era o poder de Deus. Esta é a sua confissão: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm.1:16). Paulo se mostra destemido com o evangelho, (“não me envergonho”), em seguida, ele descreve e conceitua o evangelho, (“é o poder de Deus”), para depois falar da eficácia e funcionalidade do evangelho (“para a salvação de todo aquele que crê”).
A conversão nos faz pensar diferente, enquanto os que se perdem vêem a mensagem da cruz como loucura, para nós que somos salvos, ela é o poder de Deus (I Co.1:18).

Podemos ainda considerar alguns aspectos fundamentais do evangelho:

I O evangelho é caracterizado por sua Autenticidade. Ele é legítimo, tem sua originalidade, não deixa dúvida e tem como autor o próprio Deus. O evangelho tem sua marca registrada garantida pelos céus, não imita nada, nem ninguém, não se vê nele plágio ou cópia do que quer que seja. Deus é o criador e sustentador desta celestial invenção;

II O evangelho é caracterizado por sua Verticalidade. Ou seja, aponta para cima, para o poder de Deus, para a glória de Deus, nos faz olhar para o alto e coloca Deus como centro das atenções. O evangelho não faz o homem olhar para o seu próprio umbigo, pelo contrário, leva-o a compenetrar-se nos céus, fitando o Pai das luzes;

III O evangelho é caracterizado por sua Praticidade. Isso não compromete em nada sua profundidade, é possível ser substancial e ao mesmo tempo aplicável à vida. Ele tem o seu caráter empírico, é experimental, pode ser vivido, provado pela graça, mediante a fé. O evangelho não é teoria, coisa de papel ou letra morta;

IV O evangelho é caracterizado por sua Realidade. Jesus nunca prometeu vida fácil, sombra e água fresca. Não simpatizamos com a religião vida mansa. O evangelho é pé no chão e realidade de vida, todo dia morremos e ainda há o desafio da missão. Embora nosso coração esteja no céu, os nossos pés estão na terra.

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Um comentário:

  1. Excelente Post PR.Josilton. Nós vivemos em dias onde não há a mínima consideração pelo Evangelho, o que há na verdade, é um Evangelho humanista e totalmente descaracterizado, uma verdadeira inversão de valores e papéis,o SENHOR passou a ser servo, e o servo virou senhor. Desse Evangelho eu me envergonho. abs

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